Mélicas

Breve epifania do encontro de olhares, possível síntese do amor próprio. ~ Quando meus olhos se deparam com os meus, Silêncio. Na aurora vejo-me ser alado mordendo, crescendo contrariado no confinamento das paredes. A chama são duas em mãos e em peito e ainda assim em mim só brilha luz indireta. Onde nesse corpo translúcido de vergar alvo e magro oculta no despontar dos ombros e na ausência dos seios a flama que me impele? Se eu soubesse desde o início que veria-me assim sob a luz jamais teria me perguntado se era um monstro se era a pútrida essência que me contaram... não. Aqui vibro alado devaneio enrubescer perolado e vida plena na aurora vejo-me ser amado.

Trecho de jogo de luz e sombra ou primeiro encontro de um louco e um pavão.

Da tríade, a terceira visão. Brisa, brasa, oculta vibração. Chamado, o último, de inspiração.

Da tríade, a segunda visão. Profundeza e eco e formigamento da carne, chamado de pulsão

Da tríade de vistas da janela do quarto, a primeira. Visão carícia de mar, chamado de união